Bolsonaro revela receio de terminar preso após seu mandato
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse em entrevista a jornalistas em Orlando, nos Estados Unidos, que temia acabar como a ex-boliviana Jeanine Áñez quando deixar o cargo.
Depois de ter prometido ao presidente dos EUA, Joseph Biden, que aceitaria o resultado das eleições deste ano, que o candidato da oposição Luiz Inácio Lula da Silva está prestes a vencer de acordo com todas as pesquisas, as declarações de Bolsonaro neste fim de semana significam, antes de tudo, que a ideia de ser derrotado tinha afundado em sua mente.
O “partido perdido” de Áñez; A festa de Evo Morales está de volta. O que aconteceu há um ano? Ela foi presa preventivamente. E agora dez anos de prisão foram confirmados para ela. Quais são as acusações? Atos antidemocráticos. Você vê a relação com Alexandre de Moraes e as investigações por atos antidemocráticos? Ele é uma ameaça para mim quando eu deixar o governo?” Bolsonaro questionou em entrevista a jornalistas do lado de fora de um restaurante em Orlando, onde participou de uma caravana de motos com seus apoiadores.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes está liderando uma investigação contra Bolsonaro “por supostamente espalhar falsidades sobre a integridade do sistema de votação eletrônica do Brasil e se envolver em atos antidemocráticos”.
Na entrevista, Bolsonaro também chamou o ministro do STF Luís Roberto Barroso de “mentiroso”. Barroso havia apontado que Bolsonaro havia revelado dados de uma investigação confidencial. O chefe de Estado afirma que, como presidente, não estava vinculado a nenhuma restrição.
O STF também sentenciou um deputado bolsonarista a nove anos de prisão por “atacar continuamente as instituições democráticas”, após o que foi imediatamente concedido o perdão presidencial.
”Alexandre de Moraes faz uma investigação na qual o Ministério Público não participa e me investiga por notícias falsas (…). O que está na cabeça desse cara? O que ele está ganhando com isso? Quais são os interesses dele?”, disse Bolsonaro à CNN.
O presidente também questionou a lei eleitoral do Brasil e atacou o líder da oposição Luiz Inácio Lula da Silva, a quem acusou de corrupção, segundo a Europa Press, e insistiu no “risco de fraude” se o Exército não puder participar “mais ativamente” no contagem de votos nas eleições de 2 de outubro.
Em Orlando, Bolsonaro abriu um vice-consulado brasileiro e se reuniu com apoiadores em uma igreja evangélica.